XVII
ENCONTRO NACIONAL
DE COMISSÔES
DE TRABALHADORESCOIMBRA 26 DE OUTUBRO DE 2012
RESOLUÇÃO
Os membros de comissões e sub-comissões de trabalhadores
(CT), reunidos em Coimbra a 26 de Outubro de 2012, no seu XVII Encontro
Nacional, sob o lema "AS CT SÃO DE ABRIL NA DEFESA DOS DIREITOS AO
TRABALHADO E DOS TRABALHADORES", fizeram o balanço critico da situação em
que os trabalhadores vivem e trabalham, das condicionantes em que as CTe os
seus membros se confrontam no cumprimento das suas competências, e assumem a
presente resolução como um instrumento de trabalho, na organização e
mobilização dos trabalhadores, na defesa do trabalho com direitos, na
informação e dinamização da luta por melhores condições de vida e de trabalho,
por um Portugal mais solidário mais justo e Independente.
Situação política e social
Os últimos dois anos caracterizaram-se por um intenso ataque
aos trabalhadores e ao povo, com as sucessivas retiradas de direitos, com a
diminuição dos salários reais, o roubo nos subsídios de férias e natal, o
agravamento do custo de vida e dos impostos, a redução no pagamento das horas
extraordinárias no sector privado, a tentativa de imposição do banco de horas.
Assistimos a uma deterioração das condições de vida das populações, da
destruição dos serviços públicos e dos serviços e prestações sociais.
A atitude de total identificação por parte do governo
PSD/CDS e PS com os interesses do capital, tem levado à destruição do
património e da economia nacional, em desrespeito com a Constituição da
República Portuguesa.
As consequências são visíveis no atual estado da nação, com
o crescente declínio económica, recessão, cada vez menor capacidade produtiva,
na indústria, na agricultura e nas pescas, com uma profunda diminuição da
actividade no comércio e serviços, gerando o aumento do desemprego, que se
cifra em 16%, a precariedade no trabalho e a miséria de muitas famílias, muitas
empurradas para a dependência de instituições de caridade, roubados que são os
seus direitos e ferindo a sua dignidade.
O XVII Encontro Nacional de Comissões de Trabalhadores exige
uma inversão no caminho que vem sendo tomado e que sejam assumidas medidas
sérias e estruturais em defesa dos interesses nacionais, dos trabalhadores e do
povo assumindo a Constituição da Republica Portuguesa.
A organização das CT. o seu papel e importância e o relacionamento com outras ORT
O Movimento das CT constituiu uma das mais significativas expressões da criatividade, da consciência social e da unidade dos trabalhadores que sendo herdeiras da experiência e lutadas "comissões de unidade", que no tempo do fascismo existiam nas empresas, são fruto de Abril que a Constituição da República Portuguesa acolheu e consagrou, de forma genuína, esta obra criativa dos trabalhadores portugueses.
A organização das CT. o seu papel e importância e o relacionamento com outras ORT
O Movimento das CT constituiu uma das mais significativas expressões da criatividade, da consciência social e da unidade dos trabalhadores que sendo herdeiras da experiência e lutadas "comissões de unidade", que no tempo do fascismo existiam nas empresas, são fruto de Abril que a Constituição da República Portuguesa acolheu e consagrou, de forma genuína, esta obra criativa dos trabalhadores portugueses.
Muito embora o enorme número de empresas que encerraram, o
número de comissões de trabalhadores, tem-se mantido elevado uma vez que,
conscientes do seu importante papel, os trabalhadores têm-se organizado na
constituição de muitas outras.
A ajuda à constituição,
dinamização e enquadramento de outras mais comissões de trabalhadores deverá
ser uma preocupação constante do movimento das CT
As CT, sub-CT e suas coordenadoras regionais e sectoriais
assumem hoje papel preponderante como força necessária e insubstituível na
defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores, na sua unidade e na
elevação da sua consciência de classe.
Consciencializados
do papel, bem definido, que cabe a cada ORT, os membros das CT, na base do
exercício do seu papel e competências, da afirmação do direito à informação e
ao controlo de gestão e na convergência, cooperação e complementaridade com o
movimento sindical de classe, de massas, unitário, independente, solidário e
democrático, enquadram assim a sua intervenção e luta pelo trabalho com
direitos, pela solidariedade geracional, por um Portugal próspero, liberto das
amarras que as forças do capital lhes pretende impor.
Os Trabalhadores e a Luta pela Paz
Paz não é só a ausência de guerra !
A gestão, pelas forças do grande
capital, da profunda crise económica, financeira, social e política em que o
sistema capitalista se encontra mergulhado, expressa-se em políticas que se
traduzem numa violenta ofensiva contra os direitos económicos, sociais,
laborais e políticos dos trabalhadores e das camadas mais desprotegidas da
nossa sociedade.
As posições de alinhamento político
e militar de Portugal com as forças mais agressivas do imperialismo, com
especial destaque para os Estados Unidos da América, a União Europeia e os seus
aliados congregados na NATO em guerras que tem como objectivo a pilhagem de
recursos naturais e a expansão do domínio geoestratégico dos países agressores,
violam gravemente a Constituição da República Portuguesa (art.°7°).
Os milhões que são gastos com a
preparação das tropas portuguesas, os milhares de milhões de euros gastos em
todo o mundo, com a aquisição de material bélico - 400 mil milhões em 2010,
seriam suficientes para satisfazer as necessidades mais prementes de muitos
milhões de seres humanos que são forçados a viver abaixo de todos os limiares
da dignidade humana.
O Encontro Nacional das CT exige do Governo Português e dos
outros Órgãos de Soberania o respeito pela Constituição da República e a
assunção, pelo Estado Português, da defesa da resolução dos conflitos pela via
da negociação e do diálogo, a retirada de Portugal da NATO, o regresso dos
contingentes militares portugueses colocados em teatro de guerra, que as
despesas militares se cinjam ao essencial das necessidades operacionais em
território nacional.
Assume ainda o compromisso de Desenvolver esforços para
esclarecer e mobilizar os Trabalhadores para uma intervenção activa em defesa
da PAZ.
O desenvolvimento da Luta
A situação laboral, económica e social que a País atravessa,
tem contribuído para o agravamento das condições de vida dos trabalhadores e da
população.
Este agravamento é a principal causa do aumento da
conflitualidade que se tem verificado, e do consequente aumento das várias
lutas que os trabalhadores têm sido obrigados a fazer nas empresas, na defesa
dos direitos laborais quer pelo pagamento dos seus salários quer pela
manutenção dos seus postos de trabalho e ainda pela melhoria das suas condições
de vida.
Sendo os trabalhadores as
principais vítimas desta ofensiva governamental e patronal, bem expressa no
aumento do custo de vida (hoje insustentável) e da instabilidade socio laboral
que se vive nas empresas e no país, não lhes resta senão lutar em defesa dos
seus interesses e direitos, da soberania nacional, da democracia, do futuro das
gerações vindouras e de Portugal.
Assim, o Encontro Nacional das CT decide manifestar a sua
solidariedade com todo o tipo de lutas que os trabalhadores tenham
desenvolvido;
Participar e incentivar os trabalhadores a prosseguirem com
a luta na defesa dos seus direitos e contra a imposição do patronato na
aplicação das mediadas gravosas do novo código de trabalho;
Mobilizar os trabalhadores e seus familiares para a
concentração promovida pela CGTP-IN que terá lugar às 17 horas do dia 31 de
Outubro, junto à Assembleia da República, por ocasião da votação, na
generalidade, do Orçamento de Estado;
Dinamizar, a partir dos locais
de trabalho na batalha do esclarecimento e da mobilização dos trabalhadores e
da população para o êxito da greve geral convocada pela CGTP-lN para o próximo
dia 14 de Novembro.
A Comissão Organizadora do XVII Encontro Nacional de
Comissões de Trabalhadores
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